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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Manifesto contra a Criminalização do Movimento Ecológico

Pela Defesa da Natureza, Pela Liberdade de Expressão !

 

 

SOMOS TOD@S AMBIENTALISTAS !!!

 

 

Não é de hoje que o meio ambiente sofre conseqüências da postura predatória do ser humano, que, no afã de satisfazer todas suas necessidades (reais e/ou artificialmente produzidas), praticamente desconsidera limites. A partir da chamada revolução industrial (século XVIII), a escala de produção de mercadorias passou a crescer mais e mais, entretanto, sem considerar adequadamente a necessidade de preservação do meio ambiente, notadamente no que se refere à capacidade de suporte e regeneração da natureza. Em contraposição à lógica destrutiva do atual modelo de produção e consumo, milhares de pessoas no mundo inteiro têm se mobilizado em defesa da preservação/conservação do meio ambiente, sem perder de vista a necessidade de justiça social. Quando lutamos em defesa do meio ambiente nada mais fazemos do que atender a Constituição Federal de 1988, que dispõe sobre a liberdade de expressão e associação (art. 5°) e a defesa e preservação do meio ambiente (art. 225), entre outros Direitos Coletivos e Difusos.

 

Se por um lado existem atos que causam degradação ambiental e/ou supressão de direitos sociais, por outro, porém, existem pessoas que lutam pela defesa e ampliação dos direitos socioambientais Sendo o direito ao protesto um instrumento legítimo de qualquer pessoa ou grupo, ainda mais diante de circunstâncias que evidenciam violação a direitos coletivos e difusos, não se justifica a perseguição daqueles/as que lutam em favor da causa ambiental.

 

Nesse contexto, percebemos várias iniciativas nefastas de tentativa de criminalização dos movimentos socioambientais, por vezes respaldadas pelo poder estatal, como parte da estratégia dos detentores do grande capital para intimidação e desqualificação daqueles/as que lutam em prol da implementação dos direitos fundamentais e pelo fim das desigualdades sociais. No Ceará a situação é semelhante ao que ocorre no restante do país. Pessoas honradas como Jeovah Meireles, Daniel Fonsêca, João Alfredo, João Luís Joventino e Gerson Boaventura vêm sofrendo as mais diversas perseguições e tentativas de censura, por manifestarem opiniões em relação aos danos causados ao meio ambiente por empresas privadas ou por omissão de pessoas que representam órgãos estatais que deveriam proteger o meio ambiente. Agora, movimentos como o Salvem as Dunas do Cocó, SOS Cocó, Movimento dos Conselhos Populares, Frente Popular Ecológica de Fortaleza e entidades como o Instituto Brasil Verde, a Associação dos Geógrafos Brasileiros_AGB-Fortaleza e condomínios do bairro Cocó, assim como a advogada e ambientalista Nayanna Freitas, são réus numa ação denominada de Interdito Proibitório com pedido de indenização. Esse fato se deu em virtude das atividades realizadas no intuito de impedir a implantação de um loteamento não licenciado, numa área verde de quinze hectares conhecida como Dunas do Cocó.

 

O que chama atenção nessa situação é que nem todos os movimentos e entidades citados participaram das manifestações contra a implantação do referido empreendimento. Ou seja, estão sendo processad@s preventivamente para que não emitam opiniões sobre o caso nem se associem para externá-las no futuro, sob pena de pagar indenização. Em resumo, há uma tentativa de silenciar e criminalizar os movimentos, pessoas e entidades que trabalham para a preservação de nossas nascentes, matas, dunas, rios, lagoas e pela sobrevivência da vida em condições dignas. Para alcançar esse fim, os grandes grupos econômicos pretendem fazer crer

que o exercício dos direitos fundamentais democráticos é, na “verdade”, prática de ilícitos civis ou criminais. Essa inversão perversa se revela de forma nítida nas demandas judiciais, onde quem denuncia a destruição da natureza é tido como réu e quem pratica o ato danoso ao meio ambiente se coloca como vítima !

Por tudo isso, as entidades movimentos, grupos e pessoas da sociedade civil aqui se manifestam CONTRA A CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIOAMBIENTAIS em nosso Ceará! Não ficaremos em silêncio quando conquistas históricas, como os direitos de livre expressão manifestação são ameaçados! Conclamamos a todos e a todas a se unirem a nós, na defesa do meio ambiente e na afirmação de que a livre expressão é um Direito Constitucional de tod@s !!!

 

 

Assinam esta nota:

Fórum Cearense do Meio ambiente - FORCEMA;

Fórum em Defesa da Zona Costeira do Ceará - FDZCC;

Frente Cearense por uma nova Cultura da Água;

Frente Popular Ecológica de Fortaleza - FPEF;

Movimento SOS Cocó;

Movimento Salvem as Dunas do Cocó;

Movimento Proparque Rio Branco;

Rede de Permacultura do Ceará - Rede Permanece;

Núcleo de Agroecologia e Vegetarianismo - NAVE;

Movimento dos Conselhos Populares - MCP;

Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra - MST;

Central dos Movimentos Populares _ CMP-CE;

Associação dos Geógrafos Brasileiros – AGB, seção Fortaleza

Um comentário:

Anônimo disse...

A fundamentação científica, a organização da comunidade no aspecto politico-institucional-estrutural, que se faz de baixo para cima com interatividade entre os setores midiáticos comprometidos com um novo paradigma, um novo modelo de desenvolvimento que contemple o aspecto sócio-ambiental e uma economia planificada em uma nova cadeia produtiva sustentável e os setores populares com esta mesma perpectiva, fundamentada em referenciais éticos e morais sólidos e consistentes de liberdade e vida para todos é que vai produzir algo objetivo com implementação prática das teses de enfrentamento a este modelo predatório, burocratizado, tecnocrático, eleitoreiro, clientelista, empreguista,pseudo-democrático e excludente em que a comunidade não tem acesso a uma consulta prévia sobre aspectos de gestão de recursos e investimentos sustentáveis do ponto de vista sócio-ambiental em nome de uma obscuridade promíscua entre contratos de natureza pública e privada, o que mascara a influência do grande capital na gestão pública do Estado Brasileiro em suas esferas municipal, estadual e federal e seus tentáculos do poder econômico sobre o patrimônio natural.