O texto abaixo foi escrito por Simone Oliveira, uma colega permacultora brasileira, mas residente na Austrália. Foi publicado na lista de discussão
permacultura@permacultura.org.br, quando da discussão sobre cursos e preços. Gostei tanto que pedi sua autorização para publicá-lo aqui. Seguem suas palavras...
Olá a todos!
Acho muito importante que permacultores e a sociedade em geral possam ter um canal aberto como esse para discutir, expressar opiniões, visando sempre o crescimento pessoal e profissional como foco principal, pois quando aceitamos as diferenças e conseguimos evoluir, tudo aquilo que nos cerca tambem sofre uma propulsão para a melhora. E, dessa forma, podemos acreditar numa sociedade mais justa e próspera.
Vivo na Austrália há três anos e tive a oportunidade de conhecer muitos permacultores daqui, participei de várias palestras e cursos, todos pagos!!! Isso jamais fez com que os participantes desmerecessem os professores ou palestrantes. Muito pelo contrário, todos tem conhecimento de que para que eles chegassem onde estão, os instrutores tiveram que trabalhar duro, investir em suas profissões. E todo investimento tem seu custo inicial, seja tempo, dinheiro ou o que for.
Bill Mollison em seus livros jamais falou que devemos trabalhar de graça ou coisa parecida. O fato de compartilhar tem um sentido bem mais amplo. Distribuir o excedente, trocar, tudo envolve trabalho. E nesse caso tudo é pago, seja em forma de dinheiro ou qualquer outro recurso. A diferença esta na forma de se ver o consumismo, na forma de valorizar cada coisa. O próprio Bill cobra por cada PDC que leciona e acreditem, não é barato!! Quanto cada um esta disposto a pagar por uma TV nova ou um curso PDC, vai de acordo com os valores pessoais do mesmo.
Acredito que para a permacultura se tornar viável deve sim existir a troca, não importa o que seja, até mesmo dinheiro. Cabe a cada um determinar o valor que ele pode pagar pela informação que precisa receber.
É importante, sem dúvida, que possamos oferecer cursos gratuitos à comunidade carente, escolas públicas, etc... Mas até que esse dia chegue os permacultores ainda têm que gerar renda suficiente para ajudar suas próprias familias.
À nossa ética cabe saber o ponto onde você passa a gerar tal 'excedente' que lhe traz a liberdade para oferecer cursos gratuitos.
Boa semana a todos!!
Simone Oliveira.
Paisagista e Permacultora.
email:
sustainable.living@hotmail.com